História das Missões

Durante os séculos XVII e XVIII, por mais ou menos 150 anos, desenvolveu-se, na Região Platina, a experiência missionária das Reduções Jesuítico-Guarani em áreas de colonização espanhola, que hoje pertencem ao Brasil à Argentina e ao Paraguai. Representando a monarquia absolutista espanhola os jesuítas, face à expansão do colonialismo português, organizou-se o sistema reducional num processo de transculturação, do qual se originaram os Trinta Povos Guarani.

A conquista e a colonização da América efetuadas pelos impérios ibéricos determinaram profundas mudanças socioculturais nos grupos indígenas pré-coloniais pelo complexo processo de relações estabelecidas com os europeus, que passaram a cooptar e inserir as comunidades nativas nas instituições luso-hispânicas, assim como nas da Igreja Católica Romana.

Integradas ao conjunto dos Trinta Povos, as Sete Reduções, localizadas no atual Rio Grande do Sul, chamados de SETE POVOS DAS MISSÕES: São Francisco de Borja, São Nicolau, São Luiz Gonzaga, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista e Santo Ângelo Custódio; reforçaram o caráter fronteiriço e militar dos povoados jesuítico-guarani diante da atração representada pela Prata, que criara a necessidade da definição dos limites dos dois impérios no extremo sul.

O conjunto de um povoado missioneiro jesuítico- guarani impressiona pela regularidade e pela simetria, as quais traduzem a ideia de ordem perfeita e definitiva. Um tabuleiro de linhas retas paralelas, que se cortam em ângulos retos, é a figura que descreve a malha viária.

Os guarani e os jesuítas, com a integração de duas culturas diferentes, desenvolveram, através das reduções, uma experiência única, pela plantação, criação de gado bovino, ovino e equino, cultivo de erva-mate e algodão, e pela comercialização de alguns produtos junto à Europa. Agregando valores e costumes europeus, os guarani tornaram-se músicos, oleiros, marceneiros, escultores, entre outros.

Atualmente, quando se visitam os remanescentes dos povoados missioneiros, pode-se compreender melhor a importância dos episódios dessa história de longa duração das Missões Jesuítico-Guarani. Sua valorização como Patrimônio Histórico e Cultural, comum a todos os povos da região, impõe-se com toda a importância histórica que merecem. Mais do que uma referência histórica para as atuais populações que os visitam, esses “Pueblos de Indios” coloniais são um símbolo para a integração cultural de toda a região. Em visita a esses sítios, com portentosos monumentos, podem-se observar os testemunhos de uma época de crescimento populacional e de desenvolvimento sociocultural. Assim, remanescentes arquitetônicos evidenciam importantes informações sobre os espaços missioneiros, delimitando o espaço e permitindo a reconstituição dos planos urbanísticos. Também podem-se. observar os demais elementos da cultura da época, como belíssimas esculturas, vestígios arqueológicos, documentos escritos e iconográficos.

Profª. Ms. Nadir Lurdes Damian

Entenda mais, através do documentário Terra Sem Males:

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